Retalhos

"Posso não concordar com uma só palavra que disseres, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las". Voltaire.

segunda-feira, março 05, 2012

A minha vida vivida por outros

Na semana passada, durante uma conversa entre amigos, alguém proferiu a seguinte frase “eu sou um elemento passivo e reactivo na minha vida, onde os outros são os elementos activos” donde parece que alguém se apressa a viver a vida de outro alguém. Logicamente que esta frase surgiu mais num contexto de desabafo e frustração que outra coisa, mas foi o mote para uma conversa animada com a partilha de experiências e de episódios dignos de um argumento do Quentin Tarantino. Podemos tentar justificar qualquer situação com questões culturais, ou até de educação, ou até de emoções confusas, mas na verdade tudo depende essencialmente do conhecimento. Nunca será por mero acaso que alguém fala de outra pessoa, já dizia Voltaire “O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa", não que pareça rebuscado ou ofensivo falar de terceiros, até porque é normal na sociedade, até porque na maioria das vezes, falamos sobretudo das escolhas. Não me recordo quem disse, mas a frase era qualquer coisa assim, …”não me parece que exista alguém tão esperto que aprenda única e exclusivamente pela experiência dos outros…” eu diria que se existisse seria inteligente.

Pensei sobre o assunto em debate e mantive-me calado a maior parte do tempo, como é apanágio, registando mentalmente os argumentos da discussão, reflectindo comigo mesmo, percebendo por um lado a satisfação da pessoa mas também a sua tristeza.

“A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta" - Pascal