Retalhos

"Posso não concordar com uma só palavra que disseres, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las". Voltaire.

quarta-feira, maio 13, 2009

A medida urgente para muita gente

Numa pequena vila e estância balnear na costa sul de França chove e nada de especial acontece. A crise sente-se, toda a gente está carregada de dívidas e deve a toda a gente. Subitamente, um rico turista russo chega à recepção do pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de 100 € sobre o balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se lhe não agradar. O dono do hotel pega na nota de 100 € e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100 €, o talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar 100 € que lhe devia há algum tempo. Este, por sua vez, corre ao criador de gado que lhe vendera os leitões e este por sua vez corre a entregar os 100 € a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito. Esta recebe os 100 € e corre ao hotel a quem devia 100 € pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes. Neste momento o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos 100 €, recebe o dinheiro e sai, não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescentado, contudo, todos liquidaram as suas dívidas.
Se o Estado paga-se todas as suas dívidas, a empresas e fornecedores, era provável que a crise não tivesse tantas consequências.