Retalhos

"Posso não concordar com uma só palavra que disseres, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las". Voltaire.

sexta-feira, outubro 20, 2006

As praxes novamente

Já aqui escrevi sobre as praxes, e com este post confirma-se a história de notícias sazonais. Por esta altura o espírito académico está ao rubro, os caloiros, os jantares, as festas e claro as praxes. Logicamente que ao falar-se de praxes pensa-se logo em abusos, descriminação, humilhação e por ai fora. Se os danos morais são preocupantes, e passíveis de serem alvo de queixas e indemnizações, o que dizer quando os danos são físicos? Na Universidade de Aveiro as cerimónias da praxe académica foram suspensas depois de um incidente com uma aluna. O que diferencia este caso de tantos outros, é que a aluna em questão sofre de epilepsia, tendo recebido tratamento hospitalar. O Vice-Reitor da Universidade de Aveiro disse a uma rádio que considerava necessário alterar o código da praxe, não pondo de parte a possibilidade do fim do ritual. Com os sucessivos casos de praxes “desmedidas”, fala-se muito da necessidade de controlar e alterar rituais, mas pouco se faz nesse sentido, será necessário a gravidade dos casos aumentar para realmente se passar acção? O problema destas situações, também passa pelo facto de as praxes terem um peso importante na adaptação à vida académica entre outras coisas, e uma intervenção desmedida pode levar à extinção de um “ritual” que funciona como um mecanismo de adaptabilidade.