Retalhos

"Posso não concordar com uma só palavra que disseres, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las". Voltaire.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Eu, nós e os outros

A principal preocupação do homem é conhecer-se a si mesmo enquanto ser humano, é saber o sentido da sua existência. Partindo do princípio que a personalidade de cada um de nós e progressivamente elaborada, cada etapa da nossa vida contribui para o produto final. O primeiro grupo da nossa vida é a família, é ela que nos transmite os valores e a educação para se viver em sociedade, é sem dúvida, e obviamente o mais importante. Mas a verdade é que não mostra quem somos, só nos conhecemos perante os outros que não nos conhecem Em função do que penso e sinto, comporto-me.
Engraçado é quando vimos que ao fim ao cabo, somos as mesmas pessoas, a diferença está naquilo que as outras pessoas esperam de nós. E o que esperam os nossos amigos de nós e o que esperarmos deles? Nada, a amizade reside no simples facto de não se esperar nada dos amigos, ou seja, o simples amigo espera que estejas sempre presente quando ele precisar, o verdadeiro amigo é aquele que espera estar sempre para nós. Parte de nós sermos bons amigos, não são os outros que me vão dizer quem é bom amigo e quem não é, tenho de ser eu próprio a avaliar e a dar-me. Por vezes ouvimos pessoas com comentários do género, “pensava que era uma coisa, afinal era outra completamente diferente”, “pensava que podia confiar.”, pois o problema das pessoas é pensarem em vez de sentirem. Prefiro ser amigo por conveniência do que amigo do outro amigo, mas o que é um e, o que é o outro? Amigo por conveniência não é assim tão mau como parece, ora vejamos. Amigos por conveniência são aqueles que se relacionam porque ambos tem um objectivo no qual o outro pode ajudar, acontece muito na escola ou no trabalho, o mau e quando um deles não sabe o porque daquele relacionamento, o amigo do outro amigo é do género, “ olha aquele gajo é fixe, a sério, simpático, epá, vais ver.”, resumindo as pessoas não nos conhecem mas como existe uma pessoas que diz bem, está tudo bem (também se verifica o contrario) isso para mim não me interessa e porque? Porque nem todos nós vimos e sentimos o mesmo, como tal aquilo que tu vês pode não ser aquilo que eu vejo. Isto aplica-se a tudo na minha vida, a mim não me interessa ver aquilo que toda a gente vê, eu quero ver e perceber porque existem pessoas que consideram outros especiais e diferentes, é isto que eu procuro nas pessoas, aquelas coisas que ninguém, ou quase ninguém vê, o que torna as pessoas especiais aos olhos de outros. Por vezes classificamos as pessoas á luz da sociedade, através de regras e de comportamentos padrão, sem nunca pensar o porque da pessoa agir de determinada maneira, a verdade é que nunca devemos criticar ou julgar a maneira de ser das pessoas, mas sim os seus comportamentos. Voltando aos amigos, desejamos tudo de bom a eles, normalmente, porque não seria melhor... desejar ao nosso melhor amigo todas as vicissitudes da vida, pois é em fase das dificuldades que se mostra que é homem, é algo complexo mas deixo a vossa imaginação. È de pensar que por vezes cometemos erros, é esses mesmos erros que por vezes são utilizados para distinguir pessoas, são também o instrumento para modificar os nossos comportamentos, atitudes reacções. Os erros influenciam e de que maneira qualquer tipo de relacionamento, mas são parte integrante da solidificação de uma relação, e porque? Porque é através deles que vimos quem são os nossos amigos, até que ponto confiam em nós, os aspectos que temos de trabalhar, e quem está lá verdadeiramente para ajudar.