Retalhos

"Posso não concordar com uma só palavra que disseres, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las". Voltaire.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Desemprego, a verdade da mentira

Segundo dados do IEFP o número de desempregados inscritos diminui pelo décimo mês consecutivo 5.6% face ao mesmo período do ano passado. De acordo com estes mesmos dados existiam 479373 mil desempregados em Novembro e 452651 no mês de Dezembro. Ou seja, estes 5.6% traduzem-se em 26722 pessoas, que de acordo com o IEFP deixaram de ser desempregados. È aqui que reside o busílis da questão, porque efectivamente, ou na realidade se quiserem, não é verdade que todas estas pessoas tenham emprego, isto porque, as pessoas que se encontram a tirar cursos de formação através dos centros de emprego/formação não contam para a estatística. O problema todo é que a questão da formação profissional, tornou-se, não num mecanismo de qualificação/requalificação profissional mas sim num instrumento deveras importante para contornar os dados estatísticos. A questão é ainda mais preocupante se tivermos em conta que, com a necessidade extrema de apresentar resultados, os fundamentos e objectivos primordiais das formações sejam descurados, uma vez que não existem os recursos humanos e materiais necessários para dar resposta as necessidades latentes associadas aos referenciais nacionais de formação. Por isso uma pergunta pertinente: “Destas 26722 pessoas, quantas passaram a frequentar acções de formação, quantas deixaram de estar inscritas, quantas é que efectivamente encontraram um emprego?”.