Cada vez mais passamos menos tempo a pensar, cada vez somos mais reactivos que activos, cada vez mais descoramos as nossas necessidades e daqueles que nos rodeiam. As relações sociais degradam-se á medida que o tempo passa, mais por falta de paciência do que outra coisa. Falta capacidade de sacrifício e sobretudo dedicação a quem nos rodeia. Seguimos muitos exemplos nem sempre correctos, somos vítimas do nosso próprio egocentrismo e descansamos sobre o que já fizemos. Acedemos muito facilmente a estender a mão e solicitar ajuda e negamos muitas vezes o nosso ombro, por vezes a importância daqueles que nos rodeiam só é reconhecida na sua ausência. Muitas pessoas negam a si mesmas a necessidade de ajuda, vivem numa constante cegueira de emoções ou falta delas, reagem mal quando chamadas à realidade, arquitectam infrutíferas desculpas escudadas nas vicissitudes da vida. Bertrand Russel tem uma frase muito interessante, sugestiva até, para ele “o problema com o mundo é que os estúpidos são excessivamente confiantes e os inteligentes são cheios de dúvidas”, quanto a mim, acho que são inteligentes por isso mesmo, pelas dúvidas. Para os mais filosóficos, seguindo a linha de pensamento de Aristóteles “somos o que repetidamente fazemos, a excelência portanto não é um feito mas um hábito”, por vezes é necessário ir um pouco mais além do que normalmente iríamos, e nem é preciso fazer muito, basta sermos ousados mesmo perdendo ou pondo em causa o equilíbrio da amizade, um mail, uma mensagem solta, uma palavra de apreço, um mimo, um carinho, um elogio, já dizia Leonardo da Vinci “Repreende o amigo em segredo e elogio-o em público”. Ajudar não é significado de necessitar de ajuda, existe quem ajude para se sentir bem consigo mesmo.
"Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço." - Dave Weinbaum
