Retalhos
"Posso não concordar com uma só palavra que disseres, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-las". Voltaire.
Contribuidores
terça-feira, janeiro 23, 2007
Segundo dados do IEFP o número de desempregados inscritos diminui pelo décimo mês consecutivo 5.6% face ao mesmo período do ano passado. De acordo com estes mesmos dados existiam 479373 mil desempregados em Novembro e 452651 no mês de Dezembro. Ou seja, estes 5.6% traduzem-se em 26722 pessoas, que de acordo com o IEFP deixaram de ser desempregados. È aqui que reside o busílis da questão, porque efectivamente, ou na realidade se quiserem, não é verdade que todas estas pessoas tenham emprego, isto porque, as pessoas que se encontram a tirar cursos de formação através dos centros de emprego/formação não contam para a estatística. O problema todo é que a questão da formação profissional, tornou-se, não num mecanismo de qualificação/requalificação profissional mas sim num instrumento deveras importante para contornar os dados estatísticos. A questão é ainda mais preocupante se tivermos em conta que, com a necessidade extrema de apresentar resultados, os fundamentos e objectivos primordiais das formações sejam descurados, uma vez que não existem os recursos humanos e materiais necessários para dar resposta as necessidades latentes associadas aos referenciais nacionais de formação. Por isso uma pergunta pertinente: “Destas 26722 pessoas, quantas passaram a frequentar acções de formação, quantas deixaram de estar inscritas, quantas é que efectivamente encontraram um emprego?”.
segunda-feira, janeiro 22, 2007
Aprendam...
"Conto, aliás, uma história que ouvi recentemente. Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures numa das colinas de Lisboa que cumpria essa condição. No entanto, uma das assoalhadas não tinha janela.Falou então com um arquitecto amigo para que ele fizesse o projecto e o entregasse à câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema.Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela.Passado alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da câmara davam um rotundo não à pretensão do proprietário de fechar a dita cuja janela.E assim, o dono da casa não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela! [....]"Nicolau Santos, in "Expresso online" [...]
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sexta-feira, janeiro 19, 2007
O anúncio publicitário de 2006
Dava uma boa reflexão para a próxima Tertúlia. Tema: Portugal.
"Tirem-me a vista.
Tirem-me para sempre a luz de Lisboa, tirem-me as encostas do Douro, o Tejo e o Alentejo, tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos de parede.
Tirem-me para sempre a luz de Lisboa, tirem-me as encostas do Douro, o Tejo e o Alentejo, tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos de parede.
Tirem-me o ouvido.
Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista, tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul, tirem-me afúria de espuma das ondas e o grito do golo.
Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista, tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul, tirem-me afúria de espuma das ondas e o grito do golo.
Tirem-me o tacto.
Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara, tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos, tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.
Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara, tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos, tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.
Tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto.
Porque se eu ainda for capaz de saborear a alheira a rebentar de sabor, ou o bacalhau com todos a nadar em azeite, serei capaz de dizer, se não me tirarem a fala, que estou em Portugal.
Porque se eu ainda for capaz de saborear a alheira a rebentar de sabor, ou o bacalhau com todos a nadar em azeite, serei capaz de dizer, se não me tirarem a fala, que estou em Portugal.
Azeite Gallo. A cantar desde 1919."
sexta-feira, janeiro 12, 2007
Grandes Portugueses - Por Jorge Maia
Grandes portugueses são aqueles que acordam todos os dias às seis da manhã, para tomarem um banho a correr se quiserem ter água quente para dar banho também aos filhos que já nasceram numa maternidade espanhola e que é preciso agasalhar porque estudam numa escola sem aquecimento aonde chegam depois de duas horas num autocarro comprado em segunda-mão a um sucateiro alemão. Grandes portugueses são aqueles que apanham sete autocarros para chegar ao emprego a que nunca faltam apesar dos caprichos dos STCP ou da Carris, tanto faz, e cumprem o horário de entrada mas flexibilizam o de saída e não recebem horas extras porque vivem sob a ameaça de deslocalização da empresa para o extremo-oriente. Grandes portugueses são aqueles que enchem o metro, os comboios e os autocarros no regresso a casa aonde todos os dias fazem o milagre da multiplicação dos pães que dividem pela família antes de tentarem esquecer tudo em frente à televisão que lhes explica que é muito bom ser-se pobrezinho e que os ricos são todos muito infelizes. Grandes portugueses são aqueles que, ao fim de mais um dia destes, têm uma paciência inesgotável para os filhos que sentam no colo, enchem de mimos e educam para também eles poderem ser, um dia, grandes portugueses.
quarta-feira, janeiro 10, 2007
Bem visto
"It is better to be making the news than taking it; to be an actor rather than a critic" - Winston
terça-feira, janeiro 09, 2007
Aquecimento Global
Se esperam um grande comentário com fundamentos científicos, tenho a dizer que estão enganados. Conto apenas que num jardim zoológico búlgaro os animais andam confusos com o tempo que tem feito. Os ursos não hibernaram e os pavões andam loucos a pôr ovos. Isto tudo deve-se ao facto de as temperaturas estarem demasiado elevadas para esta altura, fazendo uma espécie de Primavera antecipada. Se o aquecimento global influência as estações do ano, que por sua vez influência os animais, que efeito terá nos comportamentos humanos?
Alguns dados sobre o ensino superior
A rede pública do ensino superior é composta por 14 universidades, 5 institutos de ensino universitário não integrados em universidades, 15 institutos politécnicos, 15 unidades integradas em universidades públicas e 15 escolas politécnicas independentes. Entre 1975 e 2001, Portugal foi o país da União Europeia a registar a maior taxa de crescimento do número de alunos no ensino superior. Em 2002 havia 400 mil o mesmo que em países de dimensões semelhantes como a Grécia ou a Bélgica. Em 1975/76 o número não chegava aos 100 mil. Mesmo assim, Portugal continua entre os países europeus com menor percentagem de graduados na população activa.A partir de 1996 o numero de candidaturas começou a diminuir, continuando o das vagas a crescer. Em 2003 o número de lugares no ensino superior superou pela primeira vez a procura por parte dos estudantes. O numero de novos alunos inscritos no ensino superior reduziu-se de 91 mil para 82 mil entre 2001 e 2005, afectando sobretudo o ensino politécnico quer privado. Em 2005/2006, 14% dos cursos universitários públicos, 19% dos politécnicos públicos e 44% dos privados tinham menos 10 alunos inscritos. Em 2004, 30,7% dos professores do ensino superior eram doutorados, enquanto outros 30,6% tinham o grau de mestre e 35,8% eram licenciados. A situação nos politécnicos públicos é pior, com menos de 10% de docentes doutorados e mais de 50% de licenciados ou com outras habilitações. As despesas com o ensino superior têm diminuído desde 2003, situando-se hoje ligeiramente abaixo de 1% do PIB. Portugal continua assim a estar entre os cinco países da UE15 com menor esforço de gastos no ensino superior.
segunda-feira, janeiro 08, 2007
O risco de ser mulher
Nos primeiros seis meses de 2006 foram vítimas de violência doméstica 8.365 mulheres, o que representa 45 vítimas por dia. Os homens não escapam a este tipo de violência e são muitas vezes alvo não só de agressões, chantagem económica e emocional (utilizando os filhos). Todos os dias sete homens são atingidos por este tipo de violência. Apenas 53% dos casos de violência doméstica em 2004 acabaram em condenações, alguma coisa não está bem, parece que existe muito trabalho pela frente.
O risco de ser idoso
O número de queixas de violência doméstica a idosos aumentou quase 60% em 2006, registando em média uma agressão de três em três dias. Pode-se ainda acrescentar que, um estudo da Universidade do Minho, da autoria de José Ferreira Alves, identificou factores de risco entre os idosos potenciais vítimas de maus-tratos, como o facto de ser mulher, ter pouca escolaridade, ser viúva, ter mais de 80 anos e viver com os filhos. De acordo com dados recolhidos junto de uma centena de idosos, em três centros de dia de Braga, três em cada quatro confessaram-se vítimas de maus-tratos, negligência, abuso emocional e exploração financeira. Em grande parte dos casos o agressor é do sexo masculino, e a violência é sobretudo física, as mulheres praticam sobretudo “violência psicológica”. Falar em idosos, remetemos quase automaticamente para o tema dos lares, e o que podemos dizer sobre os lares? “Trabalham sem licença e não cumprem a sua função. Segurança Social diz que os idosos sofrem cada vez mais nas instituições. Stress profissional gera violência sobre os mais velhos. Familiares devem estar atentos aos sinais de maus-tratos. Mas os «filhos pagam para que se lhes tire um peso das costas”. A título de curiosidade em 2004, foram levantados 122 autos a estabelecimentos que acolhem idosos. Dados da Segurança Social revelam que “não estavam a ser cumpridas as normas legais de licenciamento e as condições de funcionamento não eram as mais adequadas”. Uma das causas apontadas para os maus-tratos nos lares, é o stress profissional, que resulta da dificuldade em aceitar o envelhecimento, e que o facto de lidar com a morte e o luto com muita frequência pode provocar comportamentos que precisam de tratamento. A solução segundo a Segurança Social, passaria por acções de formação específicas “que favoreçam atitudes e comportamentos construtivos para com as pessoas mais velhas, muitas delas em situação de dependência, supervisão técnica e apoio psicológico sempre que necessário”, ou ainda “se os responsáveis pelos estabelecimentos estivessem sempre presentes nos lares, nomeadamente em períodos nocturnos, fins-de-semana, férias e feriados contribuiriam para evitar ou detectar a existência de possíveis maus tratos”. Logicamente que estas medidas só podem surgir em alternativa, á que realmente e efectivamente pode fazer a diferença; Gestão de Recursos Humanos.
Deve ser um recorde
Para provar que algumas medidas são necessárias recorremos a histórias, por vezes até a coisas do folclore. Mas também acontece o contrário são as histórias que nos fazem tomar algumas medidas. Uma senhora espanhola foi mãe aos 67 anos, de gémeos, após um tratamento hormonal e fertilização in vitro. Outro recorde, foi o casamento entre um pastor protestante da Nigéria, o senhor Samuel Akinbode Sadela de 107 anos e uma senhora de 30 anos, este já é o seu terceiro casamento. Enfim mais um recorde, porque os recordes são importantes é para eles que temos de trabalhar, ou não.
Aborto; Estudos e Interpretações
Com o aproximar do dia 11 de Fevereiro, vão surgindo cada vez mais debates, noticias, estudos e por ai fora. O engraçado é verificar que ambos os lados recorrem a estudos e interpretações para fundamentar as suas posições. O aspecto peculiar desta estratégia é que por vezes pode ter efeito contrário àquele que se espera. Para informação, segundo estudos finlandeses, ficamos a saber que as mulheres que decidem abortar enfrentam sete vezes mais probabilidades de cometer suicídio e são cinco vezes mais permeáveis ao consumo de álcool e de drogas quando comparadas com aquelas que decidem dar à luz. Num estudo recente da Associação para o Planeamento da Família, em Portugal recorrem em média por dia, aos hospitais, três a cinco mulheres com complicações pós-aborto e cerca de meia centena são infecções graves que podem levar à morte. Outro dado significativo deste estudo, é que, segundo este, 14,5% das mulheres entre os 18 e os 49 anos já fez uma interrupção voluntária da gravidez, 73% das mulheres que realizaram um aborto fizeram-no até ás 10 semanas. Das mulheres que abortaram, 21% engravidaram em consequência de uma falha do método contraceptivo. Deixo para vocês as ilações…
sexta-feira, janeiro 05, 2007
Frases Soltas
Por vezes não precisamos de falar muito ou trocar muitas experiências para saber quem tem bom coração, as palavras são baratas e à quem as profira sem significado algum, e existe uma ínfima parte que só fala na altura devida, não medimos pela quantidade, medimos pela qualidade. Talvez a vida não seja justa com as pessoas que devia, por vezes castiga sem razão e sem compaixão, e é nessas alturas que sabes quem podes procurar…
Por vezes procuramos nos outros algo que nos sustente, para termos forca para enfrentar as nossas batalhas, sabendo que é puro comodismo, a força reside em nós.
Por vezes perdemos eternidades na busca incessante de nos próprios sem dar conta que a resposta reside nas pessoas de quem gostamos e que gostam de nós.
Na vida nada é fácil quando sentimos que o nosso ser não tem lugar entre a multidão, quando ele exalta os sentimentos mais nobres esquecidos na dor.
Somos a imagem daquilo que queremos mostrar ás outras pessoas, esquecendo por vezes, que nos podemos enganar a nós próprios.
Por vezes procuramos nos outros algo que nos sustente, para termos forca para enfrentar as nossas batalhas, sabendo que é puro comodismo, a força reside em nós.
Por vezes perdemos eternidades na busca incessante de nos próprios sem dar conta que a resposta reside nas pessoas de quem gostamos e que gostam de nós.
Na vida nada é fácil quando sentimos que o nosso ser não tem lugar entre a multidão, quando ele exalta os sentimentos mais nobres esquecidos na dor.
Somos a imagem daquilo que queremos mostrar ás outras pessoas, esquecendo por vezes, que nos podemos enganar a nós próprios.